Objetivo
O estudo tem por objetivo explorar o processo de aprendizagem pela visão da neurociência, fazendo uma relação com as novas tecnologias educacionais, e a capacidade de aprendizagem em ambientes virtuais de aprendizagem.
Objetivos específicos
· Neurociência relacionada à educação. História e origens.
· Processo de aprendizagem e cognição.
· Aprendizagem na era digital.
Problema de pesquisa
Diversos estudos foram feitos nas áreas das neurociências, da aprendizagem, e constantemente avanços tecnológicos se desenvolvem globalmente nestes contextos. Contudo, a maioria destes estudos segue de maneira independente e não interdisciplinar. Fazer uma relação nestes três pilares, neurociência, educação, tecnologia, torna-se fundamental hoje. Principalmente vista à adversidade da pandemia globalizada da COVID-19.
Em complemento, sendo o assunto aqui em pauta, neurociência, aprendizagem e tecnologias educacionais é fundamental que qualquer professor, educador, ou profissional do ecossistema educacional tenha acesso. Agravado ainda quando relacionado aos transtornos cognitivos tão comuns na sociedade, principalmente em crianças e adolescentes. Portanto explorar o novo contexto educacional em ambientes virtuais de aprendizagem em busca do potencial máximo do aprendiz, é deveras significativo para que se compreenda as relações que devem ser feitas entre conteúdo, tecnologia e o processo de aprendizagem.
Introdução
Para que seja feita uma relação entre, neurociência, educação, tecnologia e capacidade cognitiva é fundamental que possamos entender alguns aspectos fundamentais destas áreas de conhecimento. Não caberia em um livro, nem mesmo em uma biblioteca, todos os contextos e fundamentos destas áreas em sua profundidade. Portanto, este material assim como grande parte dos estudos científicos deve ser sempre posto à prova.
De qualquer maneira, o assunto deste estudo é elementar para qualquer profissional que atue na área educacional, assim como para qualquer ser humano que se comunique, uma vez que o processo de aprendizagem tem sempre por objetivo final formar memórias de longo prazo sob um conhecimento adquirido. Ou melhor, cognição, capacidade de assimilar conhecimento.
Alguns cientistas relacionam a década de 90 à década das neurociências. Muito investimento foi dedicado ao estudo do encéfalo. Cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O que alguns neurocientistas fizeram foi relacionar a neurociência a educação, mas o que pouquíssimos fizeram foi relacionar os três pilares deste estudo; neurociência, aprendizagem, tecnologia educacional. Ou seja, por hora, a ciência parece ter parado no tempo, dado que o futuro não está na independência das áreas de estudo, e sim na interdependência das múltiplas áreas, principalmente relacionando-as com a tecnologia. O futuro é tecnológico.
Processo de aprendizagem e cognição
Agora que entendemos um pouco sobre o que é neurociência e como ela nasceu, algumas questões são relevantes de serem levantadas; o que é aprendizagem? Como o ser humano aprende? Como a neurociência se relaciona à aprendizagem?
Se partirmos do princípio de que aprendizagem é a mudança de comportamento a partir de uma memória de longo prazo, vale trazermos logo no início deste estudo a seguinte definição segundo o neurocientista Iván Izquierdo, memória é a aquisição, formação, conservação e evocação de informações.
Sendo assim, educar é proporcionar oportunidades e orientação para aprendizagem, para aquisição de novos comportamentos, valores e experiências. Para que possamos entender como a neurociência pode contribuir para a aprendizagem precisamos saber como funcionam as funções intelectuais como a memória, linguagem, atenção, emoções. De acordo com Kold e Whishaw, assi m como ensinar e aprender, as funções intelectuais são produzidas pela atividade dos neurônios no nosso encéfalo. O encéfalo humano por sua vez é composto por aproximadamente 86 bilhões de neurônios.
Para que possamos entender melhor como o ser humano aprende, por uma perspectiva relacionada a neurociência, pretendo descrever um processo complexo, que será dividido em macro etapas e micro etapas, sendo o começo e o fim de ambos os processos, contato inicial com uma informação, ou experiência inicial. E como ponta final deste processo o aprendizado, ou evocação da informação. Confira a seguir a divisão das 6 etapas deste processo.
Macro etapas do processo de aprendizagem por uma perspectiva neurocientífica
1. Experiência, contato inicial com a informação.
2. Interesse pela informação, significância.
3. Sinapse neural.
4. Geração de memória.
5. Consolidação da memória.
6. Aprendizagem, evocação da informação.
Aprendizagem na era digital.
Tecnologia, termo de origem grega. “Tekne” está relacionado à técnica ou ofício, “logos” que se relaciona a conjunto de saberes. Sendo assim podemos entender tecnologia como um conjunto de saberes para aprimorar uma técnica ou ofício com vista a satisfazer as necessidades humanas.
Uma transformação digital estruturada se faz necessária. Aprender e compreender o novo processo de aprendizagem pelo meio digital com a ajuda da tecnologia é mandatório. Deve-se entender como cada aluno pode aprender em cada fase de seu processo educacional, por meio de conteúdos digitais e plataformas de aprendizagem.
Contudo vale um questionamento, o que é essencial para que haja aprendizagem? Alguns estudos neurocientíficos apontam estes estão entre os principais elementos para que a aprendizagem aconteça:
· Atenção à informação comunicada.
· Relação emocional com o tema, informação.
· Percepção intrínseca ou extrínseca de motivação.
· Ambiente favorável para aprendizagem.
· Relações sócio afetivas.
· Geração de memórias.
Quando nos deparamos a criação de conteúdos digitais devemos levar em conta os aspectos essenciais para se alcançar a aprendizagem, assim como a criação de objetos educacionais capazes de estimular o usuário de maneira multissensorial. Como vimos no processo cognitivo para garantir o aprendizado, precisamos gerar memórias de longo prazo, para isso devemos consolidar sinapses neurais, que por sua vez precisam receber estímulos repetitivos até que possam ser consolidadas. Indo além, se neste processo o cérebro ativa múltiplas áreas de processamento de informação e necessita perceber significância para assimilar um conteúdo, podemos dizer que conteúdos comunicados com estímulos multissensoriais fazem mais sentido do que conteúdos unimodais. Por isso a criação de OEDs, objetos educacionais digitais se faz necessário neste sentido.
Em súmula, estamos falando sobre comunicação, e partindo do princípio que para que uma comunicação aconteça precisamos dos seguintes itens:
Podemos entender que ainda nos falta um ponto fundamental deste processo. Uma plataforma de aprendizagem. Para se alcançar uma comunicação efetiva precisamos de um canal que comunique os conteúdos elaborados. A plataforma ideal deve estar preparada para se adaptar a diferentes necessidades, uma solução que por meio de tecnologia artificial sejam capazes de compreender o comportamento e experiências dos usuários.
Ainda neste sentido é necessário levar em consideração casos específicos como crianças e adolescentes com diagnósticos de transtornos psiquiátricos, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a depressão e ansiedade. Crianças com estes diagnósticos também podem aprender, desde que sejam devidamente estimuladas e acompanhadas por professores, que conheçam estratégias alternativas de aprendizagem.
Em resumo, a aprendizagem não depende apenas do funcionamento cerebral ou de como comunicamos os conteúdos a serem aprendidos. Os contextos sociais, culturais, políticos, econômicos, familiares e escolares são definitivos para a aprendizagem.
As Neurociências, os processos cognitivos e as tecnologias educacionais são apenas mais uma contribuição para se alcançar uma melhor abordagem na educação e assim atingir o objetivo de todo educador, a aprendizagem
Conclusão
Quando olhamos para o novo cenário em que estamos inseridos, onde o processo de aprendizagem em ambientes digitais se faz necessário, precisamos considerar a capacidade cognitiva do indivíduo exposto a informação, assim como adaptar o material para que esteja condizendo com o ambiente digital de aprendizagem e com o aluno que irá receber a informação.
Neste sentido, se faz absolutamente necessário uma revisão dos materiais de uso didático, assim como as metodologias aplicadas neste material e na condução as aulas no contexto virtual.
Principalmente quando falamos de modelos assíncronos, ou seja, modelos didáticos compostos por atividades e conteúdos onde o aluno quem determina seu ritmo de estudo, tendo ou não algum acompanhamento de um professor. (Para saber mais deste modelo de conteúdo e como calcular carga horária de um material EAD, acesso aqui.)
Por fim podemos dizer que a neurociência e a compreensão biológica do sistema nervoso relacionado a educação e cognição nos ajuda a aprimorar ainda mais os processos de aprendizagem, esse conhecimento em maior profundidade precisa chegar não apenas à professores e tutores, mas a todos os profissionais da área da educação.
Excelente! Faz muito sentido entender sobre o assunto nos tempos atuais!